Torcedora número 1 da Seleção Brasileira, Marilza "do Brasil"

Moradora de Sobradinho, Marilza Guimarães é conhecida como a torcedora número 1 da capital federal. Com mais de dois mil itens que remetem à Seleção Brasileira, a técnica de enfermagem de 67 anos é um dos símbolos da torcida brasileira. Em sua casa, toda em verde e amarelo, Marilza “do Brasil” se prepara para receber a comunidade e pessoas de fora do DF para assistirem a atuação da Seleção Brasileira no Mundial.
Durante a entrevista, dona Marilza estava com o pescoço imobilizado, resultado de um pequeno acidente, mas, segundo ela, o machucado é um sinal de sorte. “Na Copa 94, eu quebrei o braço pouco antes da Copa, e o Brasil quebrou o jejum de 24 anos sendo tetracampeão. É um bom presságio”, brinca.
Natural de Ladário, região metropolitana de Corumbá (MS), dona Marilza conta que sua paixão pelo futebol é uma herança de família. De acordo com a torcedora, “essa história vem desde quando eu era criança, por influência do meu pai que era fanático pela Seleção”. Em 1958, primeiro título da Seleção Brasileira no Mundial, ela tinha apenas 6 anos e acompanhava os jogos pelo rádio. “Meu pai sempre falava do Valdir Amaral, que narrava os jogos. É uma das principais lembranças que tenho daquele título”.

A paixão pela Seleção pode ser vista em todos os cantos da sua casa. Todos os objetos, desde almofadas até os talheres carregam alguma das cores da bandeira do Brasil. São mais de 2000 itens comemorativos, incluindo presentes, camisas e acessórios da Seleção brasileira. De acordo com a torcedora, a proximidade do Mundial faz com que ela se vista apenas com as cores da bandeira. “Quando chega maio eu só me visto com as cores do Brasil. Eu não saio com outra roupa que não seja verde, amarela ou azul. Em uma festa que fui na Marinha do Brasil, por exemplo, usei uma roupa social azul com a bandeira do Brasil por baixo da camisa”.
A técnica em enfermagem conta que chegou em Brasília em 1988 e trouxe de sua terra natal essa tradição de enfeitar tudo.
“Quando cheguei aqui, morava em um apartamento na 308 Sul, próximo à igrejinha Nossa Senhora de Fátima. Eu enfeitava o jardim do meu bloco e colocava a bandeira do Brasil na fachada do meu apartamento. O pessoal achava estranho, pensavam que eu era louca, mas depois se acostumaram. Fiquei conhecida por isso”.
Ao chegar em Sobradinho, dona Marilza continuou a tradição. Sua casa, com a fachada amarela e uma bandeira pintada na parede da sacada, pode ser vista de longe. O aviso no portão verde é bem claro “torcedora número 1 de Brasília”.
Os preparativos para a Copa da Rússia já estão em andamento. Dona Marilza comprou várias latas de tinta para retocar a pintura das paredes e para pintar os muros dos vizinhos. A torcedora conta que no Mundial deste ano, além da comunidade, espera convidados de fora do Distrito Federal. “Algumas pessoas estão vindo de Paracatu para assistir aos jogos aqui. Uma escola infantil aqui de Sobradinho também virá. Durante os jogos, minha casa fica cheia”, comemora.

No entanto, a torcedora enfatiza que existe uma regra nos jogos em sua casa: tem que estar com a camisa da Seleção. “Quando chega alguém sem uniforme do Brasil, eu empresto uma das minhas camisas, desde que devolva quando for embora. Mas a tradição verde amarela fica mantida”.
As expectativas da torcedora são bem claras. Marilza quer o título com uma vitória sobre a Alemanha, uma revanche. “Não precisa devolver o 7x1, 1x0 para mim basta. Mas o gol da vitória tem que ser do Marcelo, ele é muito raçudo (sic), é meu jogador favorito”.