População indígena do Distrito Federal responderá ao Censo 2022

A equipe do censo do Distrito Federal irá coletar dados das populações indígenas residentes no Noroeste nos dias 18 e 19 de agosto, sob orientação da especialista em população indígenas e quilombolas do IBGE, Marta de Oliveira Antunes. No dia 17 de agosto, também será realizada a coleta da população quilombola de Mesquita, localizada na Cidade Ocidental e com algumas casas situadas dentro dos limites do Distrito Federal.
A coleta das populações tradicionais é realizada de forma diferenciada, após contato prévio explicando o questionário do censo e sua importância para a comunidade, com posterior agendamento. No censo 2010, foi possível obter informações tanto para a população residente nas terras indígenas, quer sejam indígenas ou não, quanto fora delas. A etnia e a língua falada, entre outros aspectos, são de extrema importância para a caracterização da realidade indígena de qualquer país e foi objeto de investigação desde o censo em 2010. O mesmo está previsto para o censo em 2022.
No dia 18 de agosto será aplicado o questionário de abordagem e agendamento da coleta propriamente dita junto à comunidade indígena residente no Noroeste. Esse questionário de abordagem é uma novidade da coleta junto aos povos tradicionais e pode ser aplicado independente de a comunidade estar em uma terra indígena ou não. O questionário de abordagem é feito junto a(s) liderança(s) e antecede os questionários domiciliares; é composto de 6 blocos, levantando informações como: nome da aldeia/comunidade e liderança, educação, saúde e hábitos/práticas.
O questionário domiciliar realizado junto aos povos/comunidades/aldeias indígenas é composto de questões sobre os moradores, os domicílios, a identificação étnico-racial, os arranjos familiares, a religião, as pessoas com deficiência, as migrações, a escolaridade, o trabalho e rendimento, a mortalidade e autismo. Ao ampliar o conjunto de informações sobre os indígenas, o IBGE oferece à sociedade brasileira um retrato sobre um segmento que ainda permanece com pouca visibilidade sociodemográfica, o que tem implicações diretas no planejamento, condução e avaliação das políticas públicas nas mais diversas áreas.
Os povos indígenas apresentam configurações particulares de costumes, crenças e língua, de formas de inserção com o meio ambiente, de história de interação com os colonizadores e de relação com o Estado nacional brasileiro. Desse modo, inserem-se de distintas maneiras na sociedade nacional envolvente. O reconhecimento étnico se pauta na conjugação de critérios definidos pela consciência da identidade indígena e de pertencimento a um grupo diferenciado dos demais segmentos populacionais brasileiros e pelo reconhecimento por parte dos membros do próprio grupo.
No último censo, em 2010, o Distrito Federal tinha 6.128 pessoas que se declararam indígenas, representando 0,2% da população residente na época. A população indígena era em sua maioria composta por mulheres no DF (55,3%). Dentre a população indígena com 10 anos ou mais de idade (5.613 pessoas), 95% delas eram alfabetizadas. Em relação à língua falada, entre os indígenas com 5 anos ou mais de idade (5.905 pessoas), 98% deles falavam português e 181 falavam uma língua indígena dentro de casa.
No DF, 4.086 residências tinham pelo menos 1 morador indígena e em sua maioria, residiam em casas (75,7%). A maioria das residências habitadas pelos indígenas possuía estrutura de saneamento (89% ligadas a rede geral de esgoto e 95% ligadas a rede de distribuição de água) e 99,8% possuíam energia elétrica.
Já foram encontradas nos censos anteriores 29 etnias no Distrito Federal e 10 línguas faladas.

Saiba mais em: Características gerais dos indígenas – dados do universo