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Júlio Miragaya (PT)

Atualizado: 19 de mai. de 2020



Em nossa série de entrevistas com os candidatos ao Palácio do Buriti, nosso terceiro convidado foi o candidato do Partido dos Trabalhadores Júlio Miragaya. Confira abaixo a entrevista com o candidato.

JNB: Em uma das suas propostas, o senhor fala da geração de 30 mil empregos no DF rapidamente. Tendo em vista a atual situação de Brasília hoje, como isso será possível e de onde virão os recursos para executar essas promessas?

O DF tem hoje 300 mil pessoas desempregadas. Se considerarmos o trabalho informal, a gente tem mais 400 mil. Então estamos nos referindo a uma massa de 700 mil pessoas que estão ou sem emprego ou numa relação de trabalho precarizado, e nós temos que gerar oportunidades para essas pessoas. O DF é a unidade da federação mais rica do país e inadmissível que praticamente parte da população esteja nesse tipo de relação insalubre. Quando a gente coloca a geração de 30 mil empregos de forma emergencial, através de uma frente de trabalho para serviços urbanos e mais 30 mil vagas para o programa jovem aprendiz, nós estamos focando no primeiro caso, empregos para chefes de família, não necessariamente só homens, logo que 40% desses chefes de família são mulheres. No caso do jovem aprendiz, o objetivo é reduzir o desemprego da população jovem, que possui média de desemprego na casa dos 46%. A geração da maioria desses empregos seria ou pela Novacap ou pela própria administração pública, para trabalharem em obras de infraestrutura.

Qual são suas propostas para transformar o cenário de educação do DF?

A educação nunca foi prioridades para os governos, veja por exemplo a Emenda Constitucional 95, a emenda do teto de gastos sociais. Nós temos que investir fortemente em educação. Não é possível fazer isso de uma hora para outra. Mas temos que sinalizar o caminho do ensino integral desde já, pois o ensino integral vai resolver outros problemas. Primeiro do ponto de vista de ter uma educação mais ampla, que envolve o acesso a arte, a cultura, a prática esportiva. Isso permite uma juventude mais engajada. Por outro lado, esse modelo afasta esses jovens do caminho do crime, evitando que eles se tornem presas fáceis para os barões do crime. Para a educação básica, nosso programa prevê a construção de 70 creches, gerando mais de 14 mil vagas.

O governo Rollemberg criou o Instituto Hospital de Base como modelo de gestão para a saúde hospitalar, pretendendo, caso eleito, ampliar esse modelo para todas as demais unidades do DF. Qual sua opinião sobre o assunto?

Eu tenho dito que isso é um equívoco por parte do governador. É um atestado de incompetência terceirizar a saúde pública. Instituímos em 1988 o SUS, uma conquista da nossa sociedade. Hoje ele é o maior sistema público de saúde do mundo, atende 160 milhões de brasileiros. A sinalização do nosso governo aponta para o fortalecimento do SUS, diferente do que vem fazendo o governador Rollemberg. Vamos investir em uma melhor gestão do sistema 100% pública, das unidades e do abastecimento dos medicamentos.

E no caso do Hospital Sara Kubitschek, que é público e referência na sua área, o que o senhor acha sobre?

Toda e qualquer iniciativa só dá certo se tiver uma boa gestão. Esses exemplos de sucesso servem como referência para mostrar que o SUS é um sistema eficiente, como é o caso também do Hospital da Criança aqui no DF.

Como o senhor pretende resolver o problema da mobilidade na região da saída norte, do ponto de vista econômico e social?

Primeiro temos que fazer um diagnóstico. Infelizmente, Brasília apesar de ser uma cidade nova, ela foi concebida principalmente para o transporte rodoviário. Ela poderia ter sido prevista para suportar uma rede de trens urbanos, como algumas metrópoles ao redor do mundo. É muito mais barato que o metrô subterrâneo e tem uma vantagem enorme porque permite o deslocamento da população de forma mais rápida e concentrada. Não houve essa preocupação quando Brasília foi planejada. A ideia de construção do metrô da capital só veio após o estouro do crescimento populacional, que hoje está em torno dos 4,5 milhões de habitantes na área metropolitana. Hoje, apesar de uma boa ideia, eu acho complicado apostarmos apenas no trem como meio que vai resolver o problema no DF. Afirmar por exemplo que a linha Luziânia-Formosa é uma solução é algo perigoso, logo que ela está completamente obsoleta. E possível construirmos uma linha ferroviária do plano piloto para Planaltina por exemplo, mas com ajuda do governo federal, pois o DF não possui tanto recurso assim. Temos a proposta também da ampliação do BRT, construindo as linhas Norte (Sobradinho-Planaltina) e Oeste (Ceilândia), mas que também necessita de um apoio por parte do Governo Federal.

A regularização fundiária é um tema muito controverso no DF. Alguns candidatos prometeram acabar com a Agefis, outros com a Terracap. O que o senhor diria para os moradores de área irregulares hoje para resolver essa questão e controlar o aumento da irregularidade no DF?

Primeiro temos que entender como esse problema se formou, e a resposta é simples: uma parceira feita no passado entre o poder público e a grilagem. Tinha grileiros que eram deputados distritais e atuavam com liberdade dentro dos órgãos públicos. A postura adotada pelo governador Rollemberg nesse caso, diferente da maneira como ele vem agindo na saúde, é correta. A linha que ele segue é correta. Existe um problema que foi se desenvolvendo ao longo de cinco décadas que precisa ser resolvido. Vicente Pires foi um erro. Se construiu em cima de diversas nascentes. Mas o que fazer? Derrubar? Essa não é uma opção. Então temos que buscar a regularização, o Estado tem que ser ressarcido, logo que essas áreas eram públicas. Os moradores têm que ter essa consciência. Se alguém adquiriu uma área por um preço bem abaixo do normal, não é um caso de sorte ou de bom negócio e sim por que ele estava adquirindo uma área vendida por um grileiro. Essa pessoa terá que reembolsar o Estado, pagar o valor real da área.

A saída norte atualmente possui um comércio pouco ativo e uma indústria não muito forte. Como levar o desenvolvimento para essa região?

Se criou no Distrito Federal uma mentalidade e que a temos que estar estritamente focado na execução de funções político-administrativas. Temos que diversificar nossa estrutura econômica, e aí entra a indústria. Não tem nenhuma justificativa para que a gente não tenha um parque industrial relevante aqui. As pessoas falam o fato de Brasília ser a capital do país restringe esse segmento, mas isso não faz sentido. Basta olharmos para as capitais mundo afora, onde boa parte delas possuem parques industriais importantíssimos instalados em suas proximidades. Não existe incompatibilidade em se executar funções administrativas e ter um parque industrial relevante. A indústria gera, além do emprego direto gera uma série de empregos indiretos ligados à sua atuação, os serviços de apoio a indústria, que não existe aqui em Brasília. Nunca se houve incentivo para criação dessas estratégias de geração de empregos industriais, que em parte se deve a recusa da elite brasiliense em ter industrias aqui na capital, por conta de possíveis problemas que esses indivíduos alegam que a indústria pode trazer. Trazer este nicho de negócios para cá irá privilegiar principalmente a população que não consegue se inserir no setor público.

#PT #Eleicões #governador #DistritoFederal

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